Hoje, dia 15 de outubro, é dia do professor. Eita profissão difícil e gostosa ao mesmo tempo! Difícil, porque as condições de trabalho são precárias e insuficientes em todo o Brasil; gostosa, porque a interação com a diversidade de pessoas, e com seus respectivos pontos de vistas e universos particulares, e o contato diário com novos conhecimentos são a base da situação educativa, e tornam o dia-a-dia interessante e motivador. A rotina não existe. Todos os dias são diferentes.
Como sabemos, esta profissão - apesar de ser fundamental para o desenvolvimento de qualquer país - é muitíssimo mal remunerada. É o desgosto da grande maioria de professores. Mesmo assim, eu percebo que não poderia trabalhar em outra profissão. Até tentei fugir da sina familiar, mas não fui feliz. Como professora, vivo momentos de intensa alegria, de intensa raiva, de intensa perplexidade, de intensa admiração....enfim, tudo é intenso, dinâmico e vivente! Gosto disso!
Recentemente, numa aula de Filosofia da Linguagem, fiz a dinâmica das Verdades Indiscutíveis. Esta dinâmica consiste em colocar uma frase no quadro para a discussão entre os presentes. No interior da sala, em diferentes pontos, aparecem três cartazes - cada um com uma palavra Concordo, Discordo e Concordo Parcialmente. Todos os participantes devem tomar posição junto a um dos cartazes, dependendo da frase e do sentimento/pensamento de cada um em relação à frase.
Escrevi algumas frases relacionadas aos significados, às referências e às representações...tudo dentro do conteúdo estudado. Quando me desviei um pouco da Filosofia da Linguagem e entrei no campo da educação em geral, a discussão ficou bastante mais acirrada. A frase que provocou maior polêmica foi: Só a educação muda o país. Simples e curta. Mas gerou uma discussão generalizada. Os que se colocaram sob o cartaz Concordo gritavam com os que se colocaram sob o cartaz Discordo, e vice-versa. A discussão foi acalorada. Os que se colocaram sob o cartaz Concordo Parcialmente acabaram mudando de posição. Foi muito interessante! Mexeu mesmo com a turma.
Na aula, eu fui apenas uma mediadora, mas sou das que pensam que a educação é a base do desenvolvimento e do crescimento de uma nação. Não tenho dúvidas disso!
Igual que D. Hélder, que só queria morrer depois de ver a reforma agrária acontecer - ele queria ser eterno - , eu quero morrer vendo o reconhecimento dos professores e da importância de seu trabalho.