segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Tudo novo

Já tenho título de eleitora, carteira de identidade, carteira de motorista, CPF...devagarinho vou voltando a ser uma cidadã brasileira, com papéis e identidade.
Faltam os diplomas, que virão algum dia - num ritmo lento, mas eles chegarão. Não terei como conseguir muitos dos certificados roubados, mas estes estou colocando como perfumaria. O essencial voltará para mim. E é isso o que eu quero: o essencial.
Me dei conta que, por caminhos tortos, estou tendo a oportunidade de fazer uma limpeza na minha existência e que a perfumaria vai realmente ficando para trás. Isso proporciona uma sensação de serenidade e de harmonia. Sinto que, depois da crise, estou vivendo um momento de crescimento inigualável e que estou conseguindo ver o saldo positivo das experiências más. Dou uma banana para a má fé e sigo adiante, feliz, firme e forte!

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Zeca e Flavia

Para os meus gêmeos Zeca La-Rocca e Flávia Suassuna, um abraço super atrasado e carinhoso! Felicidades!

Obrigada!

Obrigada aos amigos e amigas que deixaram emails e comentários de felicitações pelo meu aniversário!!!! Fiz 50 anos, sem lenço e sem documentos.
Se eu já era desapegada, agora estou vivendo um exercício mais intenso e forçado de desapego, como explico no meu post abaixo.
Um abraço agradecido a todos e todas!

Um assalto

De volta ao Brasil, saindo do aeroporto do Recife (dia 18 de agosto), eu e uma amiga fomos assaltadas. Levaram o carro, nossas bolsas e as três malas que eu trazia e que continham todos os meus diplomas e certificados, além das minhas roupas, sapatos e acessórios. Também trazia livros, fotos, relógios, máquina fotográfica, dois celulares, pen drives e outras miudezas. Perdi tudo.
Nunca tinha visto um revólver apontado para mim. E nunca esquecerei a sensação de ouvir os gritos e as ameaças dos ladrões. Tudo se passou em segundos.
Perplexas, ficamos apenas com a roupa do corpo - em plena Av. Boa Viagem. Vi, com assombro, o carro partir em alta velocidade. Depois de uns minutos de confusão, fomos diretamente para a Delegacia. Outra impressão terrível. Não sei o que dá mais medo: os ladrões ou a polícia.
No dia seguinte, encontraram o carro da minha amiga....vazio! Nem sinal de meus pertences.
Ofereci gratificação a quem encontrasse os documentos e livros, através das rádios do Recife, mas até agora não tive boas notícias. A polícia, para me animar, disse que os ladrões costumam queimar os documentos e livros, para não deixar vestígios.
Vai fazer um mês e continuo numa espera triste, misturada com decepção e indignação. Cheguei à terrinha, cheia de boas intenções e fui cortada no primeiro momento, de forma violenta.
Entendo que eu não seja a única pessoa que tenha sofrido este tipo de ação, mas isso não me consola e nem me anima. Ouvi de inúmeras pessoas que eu devia agradecer por estar viva....e eu agradeço mesmo! Mas não consigo ficar só nisso. Alguns valores estão invertidos na ordem social e, nisso, o Brasil está mais para gris que para azul anil. Me soa estranho que uns infelizes se atravessem no caminho e que só nos reste agradecer por eles terem "permitido" que continuássemos vivas. Estou chocada e mexida. Dentro de mim, inúmeras interrogações e aturdimentos.